Energia solar fotovoltaica: solução sustentável para o bolso e para o meio ambiente
 

Matéria

Energia solar fotovoltaica: solução sustentável para o bolso e para o meio ambiente

3 / Maio / 2024

Professor de Engenharia Elétrica da UniSociesc explica como funciona esta fonte de energia que registrou crescimento de 20% em 2023

No Brasil, país tropical que tem sol o ano inteiro, uma fonte de energia renovável despontou na última década. Ela tem justamente na radiação solar – os famosos raios UV – uma das soluções para a crise energética: a energia solar fotovoltaica. A adesão a esta forma de abastecimento de energia registrou um crescimento de mais de 20% no ano passado, e em 2024 será foco de investimentos e de políticas públicas para incentivar a transição energética.

O professor do curso de Engenharia elétrica da UniSociesc, Clodoaldo Schutel Furtado Neto, explica que esta deve ser uma das principais fontes de energia no mundo inteiro nos próximos anos pelas vantagens que ela oferece ao consumidor e ao meio ambiente.

“A instalação de energia solar passou por um grande crescimento no Brasil desde 2012, quando o governo começou a fazer legislações para incentivar este mercado. A popularidade aumentou e os custos começaram a baixar. Agora, a energia produzida por fontes solares no Brasil ultrapassou a marca de 39 gigawatts (GW) de potência instalada, o que equivale a 17% da geração de energia total do país”, afirma Clodoaldo, que é mestre em engenharia mecânica e doutorando em engenharia elétrica.

A projeção para 2024 é de aumento de pelo menos 9,3 GW de potência instalada no país e, com esse crescimento, também promoverá a geração de novos empregos. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), o investimento no setor até o fim do ano deverá ser de mais de R$ 38 bilhões, com expectativa de criação de cerca de 281,6 mil postos de trabalho e arrecadação extra de R$ 11,7 bilhões para os cofres públicos neste ano.

Para os consumidores, destaca Clodoaldo, a principal vantagem é a economia a longo prazo nas faturas, já que este sistema utiliza uma fonte gratuita para gerar energia e não tem custos fixos, apenas o investimento inicial para instalação das placas fotovoltaicas e do aparelho de conversão. De acordo com a Absolar, os preços dos painéis solares registraram uma queda recorde no mercado mundial em 2023, o que refletiu no Brasil, onde ocorreu uma redução média na faixa de 20% para o consumidor final.

“O custo de instalação ainda é alto para uma grande parcela da população, então é necessário avaliar o tempo que irá levar para compensar o investimento. Para um imóvel residencial, que consome menos energia do que uma empresa ou um comércio, por exemplo, o prazo para ter retorno integral do custo de instalação varia de sete a dez anos. Ainda assim, compensa pela economia na conta da energia”, destaca Clodoaldo.

Caso a energia gerada pelas placas solares não seja suficiente para suprir o consumo de energia do imóvel, esta demanda será complementada pela rede elétrica. Mas, se o oposto acontecer e a geração de energia solar for maior do que o que foi consumido, a energia “extra” é repassada para a rede distribuidora em forma de créditos, que poderão ser utilizados em até 60 meses. No caso de proprietários de mais de uma residência, é possível transferir os “créditos” de energia para outros imóveis, mesmo que estejam em outro município.

Sustentável para o bolso e para o meio ambiente

O investimento em fontes de energia limpas é uma das principais ações recomendadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento sustentável, e foi um dos principais temas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) em dezembro de 2023. No evento, o Brasil propôs a “Missão 1.5” com o objetivo de construir um pacote de apoio para países que desejam acelerar a transição energética e a descarbonização, mas que não conseguem por falta de recursos ou outros fatores.

O aumento expressivo de eventos climáticos extremos em todo o mundo demonstra a urgência de ações efetivas para a transição energética, com o fim do uso de combustíveis fósseis e investimentos em geração de energia como a solar e a eólica (gerada pela força do vento).

“A energia solar contribui no cuidado com o meio ambiente porque é uma fonte de energia renovável. Ela não consome combustível ou carvão, nem emite gases tóxicos. É uma produção direta a partir da emissão dos raios solares. Obviamente, a produção dos equipamentos pode gerar alguns poluentes, mas, no geral, é um sistema ambientalmente responsável”, avalia Clodoaldo.

Como funciona o sistema de energia solar

O professor Clodoaldo Furlan Neto explica que a energia solar é basicamente a transformação da luminosidade do sol em energia elétrica. Ela utiliza uma tecnologia baseada no efeito fotoelétrico, possível em materiais capazes de absorver fótons (partículas luminosas) e liberar elétrons, gerando corrente elétrica, caso das placas de células fotovoltaicas.

“A placa fotovoltaica é basicamente um painel que capta energia solar e transforma essa luminosidade solar em energia elétrica a partir de um equipamento, o inversor, que faz a conversão elétrica para que ela seja equalizada de acordo com a frequência normal dos imóveis, para que seja uma energia útil para ligar os eletrodomésticos de uma casa, por exemplo”, detalha o professor.

Os painéis podem ser instalados no telhado ou em estruturas próprias de fixação no solo. Eles têm prazo de validade de 25 anos, em média, mas a durabilidade prevista é maior. O inversor, equipamento que converte a energia solar em elétrica, tem validade de dez anos. “A única manutenção nesse período é verificar com alguma frequência se está tudo ligado corretamente e fazer a limpeza das placas, que pode ser realizada com rodo e pano”, ensina Clodoaldo.

Sobre a UniSociesc

Com vocação para inovação, ambientes maker, coworkings e espaços que estimulam a troca de conhecimentos e experiências, a UniSociesc é reconhecida pelo MEC como a melhor instituição privada de ensino superior de Santa Catarina. Integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima, há 65 anos dedica-se a formar profissionais e transformar pessoas, desenvolvendo competências, talentos e carreiras.

Com unidades acadêmicas nas cidades de Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville (duas unidades) e São Bento do Sul, conta com ampla diversidade de cursos, são mais de 70 opções em seu portfólio, e uma estrutura de laboratórios diferenciada, sendo os mais completos e modernos entre as instituições de ensino da região. A UniSociesc também contribui para democratização do Ensino Superior ao disponibilizar uma oferta de cursos digitais com diversos pólos dentro e fora do Estado de Santa Catarina.